Nos últimos anos o projeto OpenSUSE tem ganhado vários adeptos, aumentando significativamente a comunidade de usuários. Conforme ranking do Ditrowatch, o OpenSUSE é hoje a quarta distribuição mais popular do mundo. Todo esse crescimento se deve as constantes novidades lançadas pelos mantenedores do OpenSUSE. Assim, para que você fique por dentro de todas elas, segue esse artigo explicativo sobre o assunto.
O openSUSE é um projeto comunitário patrocinado pela Novell – em contraponto a versão Enterprise do Suse. Promovendo o uso de Linux por toda a parte, a comunidade openSUSE disponibiliza, gratuitamente, uma das versões Linux mais usadas em todo mundo.
O OpenSuse é uma ferramenta de configuração completa e intuitiva; tem um grande repositório de pacotes de software e excelente documentação oficial. Em resumo, o openSUSE é uma distribuição projetada para fornecer um sistema operacional estável.
Novidades – OpenSUSE Leap
Recentemente (nov/2015), foi anunciado o lançamento oficial do openSUSE Leap 42.1, trazendo um novo tipo de distribuição chamada de Leap “salto” – nome sugestivo 😉
Conforme a comunidade do OpenSUSE, o Leap é uma distribuição híbrida que usa a base do SUSE Linux Enterprise – SLE – a versão comercial e com suporte técnico do SUSE. Diante dessa divulgação percebe-se que o nível de estabilidade aumenta significativamente, chegando a ser díficil encontrar outra distro Linux que possa “competir” nesse quesito. Assim, o elemento híbrido se completa com o vínculo do desenvolvimento com a comunidade openSUSE e base de pacotes do SLE; já que anteriormente o desenvolvimento do SLE e do openSUSE era separado.
Entre as principais características do Leap, posso destacar:
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- LTS, tendo suporte durante os próximos 3 anos;
- Baseado no SUSE Linux Enterprise (SLE) – confiabilidade e manutenção em nível empresarial (SLE) e as novidades e contribuções da comunidade (openSUSE)!
- Elevado nível de estabilidade;
- KDE Plasma 5.4;
- GNOME 3.16;
- Cinnamon 2.8;
- XFCE 4.12;
- LXDE 0.99;
- Enlightenment 19;
- kernel Linux 4.1 LTS;
- Nova versão da ferramenta YaST
Por fim, a exatamente 1 ano depois do lançamento da última versão estável – OpenSUSE 13.2 (fixed release)- foi divulgado a Leap. Conforme notícias, quem possui instalado o openSUSE 13.2 (somente essa, não anteriores) poderá atualizar para o openSUSE Leap 42.1; seguindo as instruções oficiais. Assim, o ciclo 13.x (13.1 e 13.2) está chegando ao fim, com versões 13.1 com suporte até Nov/2016 (Evergreen – suporte estendido) e a 13.2 até JAN/2017.
Por curiosidade, a estratégia de nomenclatura é SLE 12 SP1 ou 12,1 + 30 = openSUSE 42.1 Leap 😉 via fonte
Download dessa versão: OpenSUSE LEAP 42.1
Tumbleweed – OpenSUSE rolling release
Tumbleweed é uma versão rolling release do openSUSE. O projeto Tumbleweed visa propiciar versões de atualizações evolutivas do openSUSE contendo as últimas versões estáveis ao invés de observar ciclos de lançamentos periódicos rígidos (fixed release). O projeto faz isto para os usuários que desejam os software mais recentes, porém estáveis. Por isso, existe a Factory que possui versões de pacotes recentes que são devidamente testadas e compiladas na Tumbleweed. Assim, futuramente será usado no SLE, Leap etc.
Em resumo, a diferença entre Tumbleweed e Factory está em que a versão Factory é novíssima, muitas vezes experimental, e não um software estável ainda, e que necessita de mais trabalho para melhorar a usabilidade. O Tumbleweed contém os aplicativos mais estáveis e prontos para o uso. Conforme os desenvolvedores, “[…] a Factory contém sempre as versões instáveis dos nossos pacotes que os mantenedores têm criado”.
Por fim, o Tumbleweed é indicado para qualquer usuário que deseje ter os pacotes mais recentes que estejam disponíveis nos repositórios.
Versões
Evergreen* é um esforço da comunidade para prolongar o suporte das versões do openSUSE selecionados depois que eles chegam ao fim da vida útil oficial. Nota-se na tabela abaixo que a última versão com essa característica foi a 13.1
Tabelas via fonte
OpenSUSE
Olá,
Alguns comentários:
O openSUSE não é mais “patrocinado” pela Novell, pois ela foi vendida pra Attachmate e posteriormente para Microfocus que fez do SUSE uma unidade independente, portanto atualmente o openSUSE é patrocinado pela SUSE.
(Da wikipédia em inglês:
Novell created openSUSE after purchasing SuSE Linux AG[6] for US$210 million on 4 November 2003. The Attachmate Group acquired Novell and split Novell and SUSE into two autonomous subsidiary companies. After The Attachmate Group merged with Micro Focus in November 2014, SUSE became its own business unit.)
O Factory não é algo que alguém possa instalar no computador, é apenas um passo antes dos pacotes irem para o Tumbleweed. É nele que são feitos os testes de QA automáticos, e passando neles os pacotes são liberados para o Tumbleweed.
abraços,
Luiz
Obrigado Luis, estava procurando uma forma de instalar a Factory pois gosto de testar os pacotes instáveis, (na verdade quase nunca encontro problemas…), vou procurar outra forma ou usar o Leap logo.
Olá,
Como eu disse o nome Factory por enquanto aparece apenas como resquício do antigo Factory em alguns lugares. Minha sugestão é usar o Tumbleweed e ser feliz 🙂 Ele tem de 1 a 3 atualizações por semana e contém o que há de mais atual no linux.
Eu já tive várias idas e vindas com o openSUSE nos últimos anos. Ela foi a primeira distribuição na qual eu pude, efetivamente, configurar meus multiterminais, substituindo o Linux Educacional e seu famigerado Userful Multiplier. Eu já estava decidido a abandoná-lo e migrar tudo para o Debian Jessie, depois de consultar meus colegas de trabalho. Eu até abdiquei da manutenção do pacote do Epoptes para o projeto openSUSE Education. Mas agora com o lançamento do Leap 42.1, estou muito tentado a reconsiderar o openSUSE (quem sabe até propô-lo para os colegas como uma alternativa para o Debian).
Papa mim, pesa muito em favor do openSUSE a plataforma OBS. No que tange especificamente à manutenção de pacotes, o OBS tem tudo aquilo que falta ao Launchpad (a.k.a. PPAs). Diferentemente do Ubuntu, em que a maioria dos fontes oficiais são importados do Debian e construídos “obscuramente”, no openSUSE, todos os pacotes oficiais são mantidos no OBS. Qualquer um que tenha alguma experiência em manutenção de pacotes RPM pode facilmente criar um fork de um pacote oficial, incluir seus próprios patches e/ou alterar os parâmetros de compilação, manter o seu fork em dia com futuras atualizações do pacote oficial e até mesmo submeter o seu fork para ser incluído no pacote oficial.
Excelente artigo, muito esclarecedor.