Primeiramente, usei o Ubuntu por muito tempo… já usei o Fedora, Debian e o openSUSE; tudo em desktop (não necessariamente nessa ordem) 😉 Particularmente, não sou de ficar testando distro aqui outra acolá. Todas as distros que citei permaneci, pelo menos, por mais de 6 meses; apenas atualizando de versão e fazendo upgrades necessários. Contudo, com o lançamento da versão 16.04 LTS do Ubuntu resolvi pensar sobre a possibilidade em poder ter um sistema sempre atualizado e que não precisasse aguardar tanto tempo, no mínimo 2 anos, para ter kernel e pacotes novos testados e estáveis no sistema.
Diz aí… que tipo de usuário Linux você é?!
Ubuntu LTS
Meu primeiro contato com o Linux Desktop foi com o Ubuntu ( versão 9.04 \o/ ). Acompanhei as principais mudanças à cerca do ambiente proposto pela Canonical, empresa mantenedora do Ubuntu. Entre elas, a alteração do Gnome pelo Unity (um divisor de águas na interação humano computador). Particularmente, gosto e gostei da proposta… claro, como a maioria tive resistências por parte da “nova cara” do sistema.
Suportes prolongados e estabilidade do sistema são pontos fortes das versões LTS (“Long Term Support”) do Ubuntu, lançadas periodicamente a cada 2 anos. Assim, nunca usei, não sendo em testes, versões intermediárias do Ubuntu (versões que são lançadas semestralmente e que possuem suporte reduzido em relação a LTS). Tecnicamente, são denominadas de “Fixed Releases” – Atualizações relevantes do sistema são feitas nesses períodos, já pré-determinados.
Por isto, sempre optei por versões LTS. E quando tive informações e certeza sobre a estabilidade da versão LTS mais nova lançada, fazia o upgrade de versão.
Quando realmente é necessário fazer o upgrade do seu sistema Linux?
Assim, traçando uma linha de tempo das atualizações de versões que fiz, somente mudei de versão, do Ubuntu, 3 vezes (10.04, 12.04 e 14.04 LTS); desde que comecei a usá-lo (Ubuntu 9.04). Nesse meio tempo, usei outras distros para Desktop… Fedora, Debian e openSUSE 😉 Ou seja, um ponto forte para tê-lo usado por tanto tempo… “menos mudança de versão, menos stress”.
Linha do tempo contendo todas as versões do Fedora
Contudo, mudar de versão de sistema somente 3 vezes ao longo de 6 anos pode ser pouco… já que as atualizações na versão não mudavam bruscamente as versões das aplicações e, principalmente, do kernel Linux. E isso, vejo como ponto negativo… ter versões mais novas das aplicações ou do kernel Linux somente quando a nova versão LTS estiver lançada e estável. Para você ter uma ideia, colocando o lançamento de versões de kernel e todas as suas melhorias, num intervalo de 2 anos, de lançamento de uma versão LTS, o kernel Linux foi atualizado diversas vezes:
Versões do Ubuntu / Kernel Linux
9.04 – Linux 2.6.28
9.10 – Linux 2.6.31
10.04 – Linux 2.6.32
10.10 – Linux 2.6.35
11.04 – Linux 2.6.38
11.10 – Linux 3.0
12.04 – Linux 3.2
12.10 – Linux 3.5
13.04 – Linux 3.8
13.10 – Linux 3.11
14.04 – Linux 3.13
14.10 – Linux 3.16
15.04 – Linux 3.19
15.10 – Linux 4.2
16.04 – Linux 4.4
Dúvidas mais comuns sobre o Ubuntu 16.04 que talvez você ainda não tenha obtido respostas
É claro, é possível mudar/atualizar o kernel Linux sem precisar esperar essas versões serem lançadas. Contudo, alterações desse nível não são recomendadas já que a versão do sistema usada não está preparada para rodar com outra versão de Kernel Linux, deixando a cargo do usuário prepará-lo para tal. Convenhamos, não seria para qualquer usuário fazer isso; principalmente, para um usuário que procurou no Ubuntu as facilidades oferecidas pelo sistema.
Além do mais, versões de softwares/programas ficam “presos” a versão usada. Assim, o Ubuntu criou e ofereceu um recurso “libertador” (ao mesmo tempo arriscado) chamado PPA. Nele você pode instalar/atualizar programas que não estão nos repositórios oficiais da comunidade Ubuntu. O “risco” está em inserir repositórios de desenvolvedores terceiros que não fazem parte da comunidade oficial do Ubuntu… assim, sempre é importante saber a procedência de tal desenvolvimento #ficadica
Na versão mais nova do Ubuntu (16.04 LTS) o recurso snap foi lançado. Ele é um novo tipo de pacotes que nos permite instalar programas de maneira muito simples, sem ter de procurar as dependências.
Por fim, vejo a Canonical (mantenedora do Ubuntu), nos últimos anos, muito voltada para o lado do mercado e dispositivos móveis (Ubuntu Phone), vide parceria, nunca imaginada antes, com a Microsoft; que permitiu o Windows executar um bash Linux “nativamente” no seu sistema.
Bash do Linux nativamente no Windows 10 – isso mesmo!! E usando o Ubuntu
Saiba como usar o Ubuntu Bash no Windows 10
Nada contra (mesmo sendo muito criticada pela comunidade Linux), mesmo com diversos outros assuntos polêmicos conflitantes com a comunidade Software Livre (backdoors, pesquisa online com a Amazon e outros). Mas, o que me fez mudar de distro Linux não foi isso…em resumo, foi a rigidez do modelo “Fixed Release” adotado pelo Ubuntu e muitas outras distros Linux. Assim, apenas decidi usufruir do meu direto e benefício ao usar software livre, que é ser “livre” para escolher qual software/sistema usar \o/
OpenSUSE Tumbleweed
Por que o OpenSUSE? E por que o Tumbleweed? 😉
Saiba tudo sobre as características e novidades divulgadas no Opensuse – Leap e Tumbleweed
Nos últimos anos o projeto OpenSUSE tem ganhado vários adeptos, aumentando significativamente a comunidade de usuários. Conforme ranking do Ditrowatch, o OpenSUSE é hoje a quarta distribuição mais popular do mundo. Todo esse crescimento se deve as constantes novidades lançadas pelos mantenedores do OpenSUSE.
O openSUSE era patrocinado pela Novell – foi vendida pra Attachmate e posteriormente para Microfocus, que fez do SUSE uma unidade independente; atualmente o openSUSE é patrocinado pela SUSE. Promovendo o uso de Linux por toda a parte, a comunidade openSUSE disponibiliza, gratuitamente, uma das versões Linux mais usadas em todo mundo.
Diante disso, a comunidade openSUSE lançou 2 grandes projetos – o LEAP e o Tumbleweed. Um com a base do SUSE Linux Enterprise – SLE – a versão comercial e com suporte técnico do SUSE – tendo suporte LTS; e outro com a adoção do modelo “Rolling Release” (modelo distinto a “Fixed Release”) do openSUSE. Em resumo, o modelo “Rolling Release” visa propiciar versões de atualizações evolutivas contendo as últimas versões estáveis, ao invés de observar ciclos de lançamentos periódicos rígidos (“Fixed Release”).
Outro aspecto interessante do openSUSE, é o uso da plataforma OBS (Opensuse Build Service) – voltado para a manutenção de pacotes, é uma plataforma para desenvolvimento de distribuições que provê aos desenvolvedores uma infraestrutura transparente para o empacotamento de aplicativos para a maioria das distribuições. Diferentemente ao Launchpad da Canonical (Ubuntu), em que a maioria dos fontes oficiais são importados do Debian e construídos a partir disso, o openSUSE mantém todos os pacotes oficiais no OBS.
Em resumo, o modelo “Rolling Release” sempre me chamou atenção; visto os benefícios em manter um sistema sempre atualizado sem aguardar mudanças periódicas pré-estabelecidas. Visando esse modelo e querendo sair do universo Ubuntu, eu poderia usar o Arch Linux (distro mais conhecida que adota o modelo Rolling Release); por exemplo. Ou poderia “transformar” o Ubuntu em Rolling Release também 😉
Assim, o openSUSE foi escolhido por conta da estabilidade dos repositórios e solidez da comunidade de desenvolvedores. Além claro, de ser um sistema robusto (Yast, zypper) e mais seguro (firewall iptables pré-configurado). E a escolha do projeto Tumbleweed, foi por conta da adoção do modelo “Rolling Release” em um sistema que já me agradava e que agora oferece, oficialmente, o suporte de atualizações evolutivas \o/
15 comandos zypper para você gerenciar melhor os pacotes do OpenSuse
Nova experiência
Resolvi usar o Gnome 3.20 (tem suporte ao KDE 5, também). Kernel Linux mais recente estável e aplicações atualizadas 😉 Contudo, nem tudo “são flores”. A mudança foi radical… realmente. Logo no momento da instalação, o Sistema de Arquivos oferecido, por padrão, é o BtrFS (ainda oferece suporte ao Ext3, Ext4 e outros):
O Gerenciamento de pacotes é feito pela ferramenta de linha de comando zypper e interface gráfica Yast (inclusive, vai muito além de um gerenciador de pacotes gráficos). Além disso, nada de repositórios “main”, “security”… agora são OSS, non-OSS e UPDATE. Possuindo, também, repositórios não oficiais; como o Packman.
E, finalmente, o projeto Tumbleweed possui algumas ressalvas importantes. Como ele recebe rotineiramente atualizações do kernel, aplicações que são sensíveis as alterações do header do Kernel; como o VirtualBox, foi decidido pela comunidade não oferece suporte oficial a ele no repositório principal do Tumbleweed – mesmo tendo suporte as arquiteturas de máquina virtual VMware e Hyper-v. A cada mudança do kernel, é preciso recompilar a versão do VirtualBox :/
Saiba como instalar o KdenLive 16.04 no OpenSuse Leap e Tumbleweed
Saiba como administrar e criar máquinas virtuais do VirtualBox pelo navegador web usando outro computador
Além disso, conforme nota do projeto, os usuários que dependem de drivers gráficos proprietários NÃO devem usar a versão Tumbleweed, salvo se estiverem familiarizados com a atualização desses drivers a partir do fonte; fazendo isto por conta própria :/
E se mesmo com todas as ressalvas e novidades, você desejar usá-lo também; segue link de download da ISO oficial 😉
Diante das informações mencionadas no artigo percebo uma similaridade de ações, pois eu comecei no kurumin 6, kurumin 7, madriva 2007, ubuntu 8.04 até o ubuntu 16.04, e fiz testes pontuais com manjaro, mint, opensuse, debian, e hoje estou testando o arch, neste notebook mais idoso que escrevo, mas no meu notebook principal utilizo o ubuntu 16.04. Diante de seu depoimento sobre a razão de se transferir de sabor acho que por ora prefiro manter o Arch em comparação ao Opensuse Tumbleweed, caso adotasse qualquer um dos dois sistemas como principais eu teria um problema com meu driver de vídeo proprietário, mas o Arch parece lidar bem com essa situação, seria apenas um ponto positivo, sendo que ambos buscam algo parecido, que é manter os pacotes mais atualizados rodando no sistema. Vou deixar para testar em um futuro próximo, por ora vou manter o que tenho instalado. Vai ser díficil eu largar as facilidades do ubuntu.
Obrigado pelo comentário…
De fato, a escolha pelo Arch foi bem feita. Usufruir dos benefícios de ter um sistema sempre atualizado, foram as minhas maiores inspirações 😉
E se seus drivers proprietários estão rodando normalmente no Arch; realmente, não mude para o Tumbleweed, pois terá um trabalho desnecessário.
Ia comentar justamente sobre isso dos drives e do VirtualBox.
Uso o arch já tem um tempo e tanto os drivers da nvidia como o virtualbox funcionam sem problemas.
Acho que não tem nada a ver com ser rollin release, deve ser algum problema do openSUSE mesmo.
Usei muito tempo o ubuntu e o fedora e uso o openSUSE tem uns dois anos. Eu comecei a usar o Tumblweed, mas sofri com alguns bugs e troquei pelo Leap. Apesar da desvantagem de não ter todos os pacotes atualizados, o Leap é incrivelmente estável. O Yast é fenomenal.
Obrigado pelo comentário.
O Leap, realmente, possui a estabilidade como ponto forte. De fato, os bugs são prováveis; já que o Tumbleweed possui atualizações quase toda semana. Mas, tá valendo o risco 😉
Me identifiquei com o texto. Eu estava usando o Fedora da versão 20 até a 23, e apesar de achar incrível a estabilidade, era difícil esperar para obter a atualização de alguns pacotes, em especial os do Gnome.
Então mudei também, primeiramente tentei trocar pelo Sabayon, mas tive problemas para iniciar tanto o pendrive de boot, como também por um liveCD, mas consegui instalar o Antergos.
É verdade que experimento alguns bugs, mas nada excessivo. Valeu demais a troca.
Obrigado pelo seu comentário… Realmente, muitos usuários devem se inquietar com o modelo “Fixed”
Bom se for pelo fator kernel as versões LTS possibilitam dentro dos repositórios oficiais instalar os kerneis das versões posteriores, o mesmo se pode dizer da parte gráfica (mesa e demais) basta procurar pelo nome das versões (v.g Trusty) e embora seja um procedimento bem fácil não tive problemas quanto a estabilidade. Fui um feliz usuário do Debian rolling (aptosid) muito tempo. Mas quando o tempo para realizar pequenos consertos foi ficando pequeno migrei pro Ubuntu LTS. Também usei o Fedora (XFCE) e pequenas dificuldade (compartilhamento em rede, ausência de drivers proprietários) de se implementarem de forma fácil lhe tornam, para mim, uma distro de passagem/teste. Hoje tenho dual boot entre Ubuntu LTS e Manjaro um rolling não tão blendig edge mas que mantém os pacotes mais atualizados e com quase as mesmas facilidades que tenho no Ubuntu. Em relação ao OpenSuse minha maior tentação se dá em relação ao uso do btrfs com o snapper e possibilidade de recover no boot em caso de quebra de alguma atualização (like timemachine) acho que isso se bem implementado é fantástico. Ainda reservarei tempo para testes.
Obrigado pelo comentário…
Bem lembrado. Com suporte padrão ao Sistema de Arquivos BrtFS, o OpenSUSE suporta um método de recover diferenciado através do snapper. Muito útil para o Tumbleweed, já que atualizações frequentes podem comprometer algum elemento do sistema :/
* Outras ferramentas como o snapper, pode ser encontrada aqui: https://www.linuxdescomplicado.com.br/2016/04/conheca-algumas-maneiras-para-restaurar-seu-sistema-linux-em-caso-de-falhas.html
Sobre as atualizações do Kernel Linux no Ubuntu LTS, concordo que seria mais fácil procurar maneiras para atualizá-lo com mais frequência; não apenas no lançamento da próxima versão. Contudo, não apenas o kernel deve ser atualizado… uma infinidade de pacotes e libs ficam atreladas as versões do kernel.
Assim, como frisei, para um usuário que procura as facilidades oferecidas pelo Ubuntu; provavelmente, ele não estaria disposto a tal procedimento. Mas, com certeza é válida sua colocação (y)
Ricardo porque vc não escolheu o Manjaro ou Antergos. Poderia explicar por favor?
Manjaro e Antergos são distros derivadas do Arch. Particularmente, levei em conta a história e solidez da distro Linux. Mesmo derivadas de um grande projeto, como o Arch Linux, não poderia abrir mão do OpenSUSE – uma distro bem mais consolidada que elas.
E outra, sinceramente fiquei em dúvida pelo Arch Linux. Apenas, não a escolhi pelo mesmo motivo. Mesmo com a robustez, uma das melhores documentações e filosofia da distro; o Arch Linux tem seu nicho muito reduzido em relação a algumas distros. O OpenSUSE está presente tanto em desktops como servidores. Além disso tem diversas fontes de financiamento e mantida pela SUSE.
Fala Ricardo, instalei meu Tumbleweed (GNOME) ontem, fiquei impressionado pois ele já detectou tudo que eu preciso no meu PC e me pareceu mais rápido que o Ubuntu 16.04 que eu vinha utilizando. Eu entrei mais seriamente no mundo Linux a pouco tempo, tem alguma explicação detalhada do funcionamento do Snapper? Até agora não tive problemas com as atualizações do OT, mas nunca se sabe né.
Estive pulando entre algumas distros, fiquei uns dias no fedora 23 mas ele n trabalhava bem com minha placa wifi e bluetooth, e gostei mais do estilo rolling release proposto pelo OT.
E aí, como tá sendo sua experiência até então?
Abraço!
Obrigado pelo comentário..
Em relação ao Snapper, apenas posso dizer que é uma ferramenta de snapshots com suporte ao FS BtrFS. Como não instalei o Tumbleweed com esse FS – como não estudei muito sobre o mesmo, preferi continuar com Ext4. Contudo, estou usando o LVM – não posso detalhar muito sobre a ferramenta.
Assim, para manter e criar snpashots no meu sistema uso o próprio suporte do LVM; o LVM snapshots o/
Para ajudar no entendimento, seguem alguns posts que já publiquei sobre os temas:
Básico do LVM: https://www.linuxdescomplicado.com.br/2014/01/saiba-como-redimensionar-ou-expandir.html
Tópico do Snapper: https://www.linuxdescomplicado.com.br/2016/04/conheca-algumas-maneiras-para-restaurar-seu-sistema-linux-em-caso-de-falhas.html
Alguem sabe se da para assim por dizer ” Passar por cima ” o OpenSuse no Ubuntu 16.04 LTS e se vale a pena ?
O Ubuntu esta instalado em uma partição separada do Windows 7 e term o Grub e como eu usei muito anos o Red Hat queria saber se compensa, principalmente pelos repositórios .
Grato
Amigos gostaria de saber como alterar o nome da maquina (hostname) e o nome da maquina na rede no Opensuse Leap 42.1
Amigos não é mais necessario. Consegui modificar o nome através do Yast2. Caso alguem precise da dica é só abrir a aba SISTEMAS e clicar em CONFIGURAÇÕES DE REDE e por fim clicar na aba NOME DE HOST/DNS e alterar o Nome do Host.
ATT
Olá Todos, eu também sou usuário de SUSE há 1 ano, mas só tem uma coisa que ainda não consigo encontrar: Como posso partilhar a internet no meu PC, por exemplo: eu utilizava windows e tinha um programa chamado “Connectify-me” que fazia esse trabalho pra mim. ALGUEM PODE AJUDAR?
Boa tarde colega. Sou usuário de Archlinux e estou querendo adotar outra distribuição como minha distro principal. Sabe como anda a comunidade do openSUSE no Brasil? Vejo que há um movimento maior com relação aos Red Hat (Fedora, CentOS, etc.).