Muitos usuários que resolvem usar alguma distribuição Linux, fazem isso por conta da liberdade concedida para baixar e usar softwares livres; que muitas das vezes são gratuitos. O kernel Linux, junto com as ferramentas GNU, é o sistema operacional livre mais usado.
Contudo, algumas distribuições GNU/Linux não são completamente livres; ou seja, não usam, exclusivamente, software livre – software que é regido pelos 4 pilares de liberdade criados no projeto GNU.
Muitas distribuições, inclusive a que você deve estar usando, possuem alterações no kernel Linux que introduzem código proprietário visando garantir pleno funcionamento de alguns elementos de hardware da máquina; bem como: placas wireless e placas gráficas que não são executadas sem o firmware fornecido pelo fabricante e que, consequentemente, precisam de código proprietário para funcionar.
Contextualizando
Para muitos, o sistema Linux ainda fica atrás de sistemas como Windows e Mac porque não oferece suporte completo a recursos/hardware presente na sua máquina. Enquanto, em sistemas proprietários basta instalar o driver do fabricante correspondente ao hardware em questão (wireless, vídeo, áudio e outros), no Linux muitas das vezes ficamos limitados a drivers genéricos livres (quando existem) que almejam fazer o que o firmware proprietário faz. Porém, podem comprometer o desempenho e capacidade real do recurso desejado; já que não são drivers desenvolvidos pelo próprio fabricante
Entretanto, o problema não é a falta de suporte por parte do kernel Linux. Mas, sim a falta de foco (“lê-se interesse”) de algumas empresas para desenvolver firmwares livres dos seus elementos de hardware. Assim, poderiam ser inseridos facilmente no Kernel Linux; sem a necessidade de inserção de blobs binários – termo usado em projetos open source para descrever um código para o qual não é disponibilizado o seu código-fonte (proprietário). Em certos sistemas operacionais como o GNU/Linux e BSDs, o termo refere-se a drivers parciais ou completos de determinados dispositivos, provenientes de companhias como NVIDIA.
Para muitos usuários, a inserção de blobs binários no kernel Linux, não afeta em nada a liberdade do sistema; já que ele ainda continua gratuito e disponível para uso. Contudo, isso é um ponto conflitante entre comunidades de software livre e/ou de código aberto e, muitos outros, usuários do sistema Linux. O conflito se dá por que os blobs binários dão suporte para hardwares populares e ao mesmo tempo proíbem expressamente o direito de ler, modificar e redistribui-los e, portanto, de ter total controle do sistema operacional; infringindo completamente os pilares de liberdade do software livre.
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Diante de tudo isso, a Free Software Foundation (FSF) não endossa muitas das distribuições mais populares, bem como: Fedora e Ubuntu. Em vez disso, a FSF recomenda distribuições que não contenham qualquer código-fonte proprietário, inclusive a nível do kernel. Essas distros não são tão populares, mas com uma diversidade de opções. São distribuições prontas para usar e seus desenvolvedores seguiram diretrizes que nortearam para o uso, exclusivo, de software livre.
Trisquel
Parabola
Uma distribuição baseada no Arch Linux que prioriza a simples manutenção de pacotes e do sistema. Como Arch Linux, o Parabola está disponível o mais simples possível (Kiss). O site oficial fornece com um instalador baseado em texto que dá o que você precisa fazer para manter o sistema conforme suas necessidades. Devido a isso, o Parabola é voltada para usuários mais avançados. Diferentemente do Trisquel, que você fica preso as versões de software até a próxima atualização, o Parabola é, também, para os usuários que querem ter acesso a softwares atuais.
gNewSense
Distribuição GNU/Linux baseada no Debian, com patrocínio da FSF. Igualmente ao Trisquel (derivado do Ubuntu), o gNewSense tem como “vantagem” sobre Debian a ausência de referências a softwares de código fechado. Você não vai ter alguns codecs e aplicativos não-livres nos repositórios. Os desenvolvedores do gNewSense também ter removido e não menciona softwares proprietários.
Blag
Uma distribuição GNU/Linux baseada em Fedora. BLAG é uma alternativa ao Trisquel (Ubuntu) e gNewSense (Debian).
Musix
E a distribuição que estou usando?!
Ubuntu, Fedora, openSUSE, Arch Linux e outras distribuições Linux que adotam o kernel Linux contém blobs binários. Mas, você não é obrigado a usar o kernel padrão dessas distros. É possível instalar o kernel do Linux-libre e continuar a utilizar a distribuição que você já conhece e aprecia. A Fundação Software Livre América Latina oferece várias maneiras de fazer isso. É uma boa maneira de verificar se o hardware da sua máquina funciona com o kernel do Linux-libre antes de experimentar uma distro como as citadas anteriormente.
Segundo a FSF, elas não têm uma política clara de incluir apenas software livre e/ou de remover software não livre, caso ele seja descoberto. Segue lista completa de distros que NÃO são consideradas totalmente livres.
E você… qual sua opinião à respeito? Por que você usa Linux?
Via | MakeOfUse