Recentemente, a Canonical, através do próprio Mark Shuttleworth (fundador do Ubuntu e da Canonical), anunciou o encerramento do desenvolvimento do ambiente de desktop Unity 8 e retornando ao desktop GNOME na versão Ubuntu 18.04. Além disso, encerrou o projeto do Ubuntu Phone. Consequentemente, outros desenvolvimentos atrelados a eles poderão acabar; por exemplo o próprio servidor gráfico Mir do Ubuntu – alternativa ao XOrg e ao Wayland.
Esta notícia mexeu com todos da comunidade Linux e ainda pode-se sentir seus efeitos depois do anúncio oficial. Assim, alguns desenvolvimentos, depois que a Canonical anunciou o fim do seu “plano de convergência”, mudaram. Então, veja 5 acontecimentos importantes depois do anúncio da Canonical sobre o Unity e Ubuntu Phone:
Ubuntu encerra suporte ao Unity 8 e retorna ao GNOME na versão 18.04
Mark Shuttleworth assume o “controle” novamente como CEO da empresa
O fundador do Ubuntu, Mark Shuttleworth, retorna ao comando da empresa para assumir o cargo de CEO da Canonical, assumido anteriormente por Jane Silber. Jane Silber assumiu o cargo de CEO da Canonical em 2010. Ela tem sido crucial no crescimento da Canonical como Ubuntu colaborou com gigantes como Netflix, eBay, Walmart e Microsoft. Sob seu comando, o Ubuntu tornou-se uma escolha dominante em sistemas de cloud, por exemplo. Em contrapartida, seus esforços para levar o Ubuntu para dispositivos móveis não foram tão bem.
Com o retorno como CEO, Shuttleworth tem desafios únicos pela frente, bem como a oportunidade de dar a Canonical um foco nítido e uma estrutura enxuta que pode atrair investidores. De acordo com o texto da CIO, o Mark Shuttleworth deve tomar algumas atitudes significativas para que a Canonical siga uma nova direção.
Entre elas:
1. Diminuir os recursos as plataformas Desktop e Mobile – redirecionar esforços para plataformas cloud e IoT;
2. Criar a “Ubuntu Enterprise” – a Canonical deve seguir a liderança da SUSE e Red Hat e criar uma versão corporativa baseada em assinatura;
3. Consequentemente, criar a “Ubuntu Community Edition” – provavelmente, assim como o Fedora e o openSUSE são upstream para o Red Hat Enterprise Linux e a SUSE Linux Enterprise, respectivamente.
Demissões
A Canonical investiu pesado em recursos para manter o desenvolvimento do Unity, Mir e outros projetos em torno dela. Todos com foco na “convergência” – fluidez e flexibilidade para executar tanto em ambientes desktop como mobile. Como esses projetos estão sendo descontinuados, o resultado causou demissões importantes na empresa. Embora os números não sejam certos, estima-se que mais de 30% dos 700 funcionários fortes serão demitidos.
Mark Shuttleworth está cortando números depois de uma avaliação externa de sua empresa por potenciais novos apoiadores financeiros. Conforme o The Register, alguns funcionários foram demitidos imediatamente sem aviso prévio.
Investimentos externos passam a ser foco
Com o Shuttleworth no comando, o foco da empresa é procurar potenciais investidores externos. Para o The Resgister, esse foco já vem antes do anúncio do encerramento do desenvolvimento do Unity 8 e Ubuntu Phone. Assim, esses investidores externos determinaram que a Canonical estava sobrecarregada e “alguns projetos” precisavam de mais dedicação.
E esses “alguns projetos” significaram, obviamente, o fim do sonho da convergência: Unity 8, Ubuntu Phone, servidor gráfico Mir e outros. Como a Canonical é uma empresa privada, visa no lucro e em receitas. A fala do Shuttleworth comprova que o “plano de convergência” não dava lucros:
“[…] não podemos passar por esse processo de mercado e pedir dinheiro de investidores externos quando há algo tão grande que não tem uma história de receita”
– Via The Replubic
Unity 8 será mantida extraoficialmente
Era esperado que isso acontecesse, pois o “grande poder” do software livre é permitir que a comunidade una-se para manter ou reviver um projeto “abandonado” anteriormente. Vide o caso do GNOME 2, que foi descontinuado, e “revivido”, com êxito, como ambiente de desktop MATE 😉
Assim, o Unity 8 não será descontinuado e será mantido extraoficialmente pela UBports, e renomeado para Yunit. A UBports é uma equipe de desenvolvedores cujo objetivo principal é ajudar a alavancar o Ubuntu para mais dispositivos com o apoio da comunidade de usuários e desenvolvedores.
Ubuntu GNOME deixa de ser um ‘flavor’ e passa a ser a versão padrão
Quando a Canonical anunciou que usaria o GNOME como seu desktop padrão, a partir do Ubuntu 18.04, era natural pensar sobre o futuro do Ubuntu GNOME.
Ubuntu GNOME é (era) um “sabor oficial” (flavor) do Ubuntu e trouxe GNOME para o Ubuntu. Mas, recentemente, o Ubuntu GNOME anunciou em seu blog:
“… não haverá mais um sabor GNOME separado do Ubuntu. As equipes de desenvolvimento do Ubuntu GNOME e Ubuntu Desktop estarão mesclando recursos e se concentrando em uma única versão combinada, que oferece o melhor de GNOME e Ubuntu. Estamos atualmente em contato com a Canonical sobre como isso vai funcionar e mais detalhes serão anunciados no devido tempo […]”
– Via Ubuntu GNOME Blog
Via | It’s Foss
Gosto muito do Unity7 e do Ubuntu, mas desde esse anúncio comecei a testar outras distribuições e DEs. Estou espantado com o Gnome e o KDE, ambos muito bons e completamente diferentes entre si. Pra quem desenvolve programas com GUI, é uma questão de se focar em GTK ou Qt, com seus prós e contras em cada DE.
Ambos são fantásticos. Eu gosto muito do Gnome, mas o KDE é extremamente produtivo. OpenSUSE é minha dica de distro para testar.