Através do programa Windows Insider, que permite aos usuários se inscreverem para contribuir pelo desenvolvimento do Windows 10, a versão Preview Build 18917 (20H1) foi anunciada no último dia 12 de junho.

Aparentemente, mais uma versão preview para testes. Mas, não… nesse preview foi anunciado, entre diversas novidades, que os binários Linux, que já interagiam com o Windows na versão WSL, mudaram na versão 2. Agora, um Kernel Linux rodará no Windows 10 aumentando desempenho e compatibilidade com recursos e estrutura de arquivos de sistemas Linux.

Contextualizando

Em 2016, o Subsistema do Windows para Linux (WSL) foi criado pela própria equipe da Microsoft; usando bibliotecas do Kernel Windows (ou seja, sem nenhum código Linux). Assim, o WSL é uma camada de compatibilidade criada para gerar binários executáveis do Linux “nativamente” no Windows 10. Fornecendo uma interface de núcleo compatível com o kernel Linux.

Na época, para permitir que ferramentas e utilitários Linux pudessem ser executadas “nativamente” no Windows, foi firmada uma parceria entre a Microsoft e a Canonical que culminou na geração e disponibilização de uma imagem genuína baseada no Ubuntu Trusty Tahr (14.04).

Essa imagem, rodando sobre o WSL, permitia que o bash do Ubuntu pudesse ser executado no Windows 10 – por isso, o WSL também é muito conhecido como “bash on Windows”.

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Contudo, esse subsistema não pode executar todos os aplicativos/ferramentas Linux, tais como: uma interface gráfica de usuário (GUI) ou as quais invocam funções nativas do kernel Linux.

Então, a Microsoft percebeu que não precisava “reinventar” a roda. Ao invés de criar uma própria camada de bibliotecas Linux, emulando-o, a Microsoft decidiu substituí-la por, realmente, o Kernel Linux da última stable branch, baseado nos sources do próprio kernel.org.

Assim, esta será a primeira vez que um kernel Linux é lançado com o Windows!

kernel Linux no Windows

WSL 2 – visão geral

O WSL 2 tem como principais objetivos aumentar o desempenho do sistema de arquivos e adicionar compatibilidade total com as chamadas do sistema, o que permite executar mais aplicativos, como o Docker.

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É uma grande reformulação da arquitetura WSL existente. A WSL 2 usa tecnologia de virtualização e o kernel Linux para oferecer seus novos recursos. Essa nova arquitetura altera a maneira como os binários ELF64 do Linux interagem com o Windows e o hardware do seu computador, mas ainda fornece a mesma experiência do WSL.

Embora o WSL 2 use tecnologia de virtualização, ele não é uma Virtual Machine. Mas, será gerenciado e executado, como tal, “por baixo do capô”, deixando o usuário com a mesma experiência no WSL; com altos níveis de integração entre o Windows e o Linux e tempo de inicialização extremamente rápidos – garante Craig Loewen; Program Manager, Windows Developer Platform.

kernel Linux no Windows?

O Kernel Linux usado no WSL 2 vem da última stable branch, baseado nos sources do próprio kernel.org. Ele foi otimizado para atender as necessidades da Microsoft e seus produtos; e será mantido por meio de atualizações do Windows. Ou seja, usuários Windows obterão as últimas correções de segurança e aprimoramentos do kernel Linux sem precisar gerencia-lo.

Além disso, este kernel será open source. Você pode encontrar o código-fonte completo para o kernel do Linux aqui.

Principais mudanças

No anúncio oficial, está sendo destacado duas “grandes mudanças” em relação ao WSL versão 1.

Agora, usuários do Windows poderão colocar seus arquivos de aplicações diretamente no sistema de arquivos Linux para aproveitar os benefícios de desempenho de arquivos. Isso muda completamente a maneira como era feito antes; já que eles deviam ser salvos em sua unidade C ao usar o WSL.

No WSL 2, para aproveitar o acesso mais rápido ao sistema de arquivos, esses arquivos devem estar dentro do sistema de arquivos raiz do Linux – garante Craig Loewen; Program Manager, Windows Developer Platform. Tanto que isso será possível ser feito direto pelo explorer.exe o.0

Por fim, como o WSL 2 agora é executado em uma máquina virtual, será preciso usar o endereço IP dessa VM para acessar os aplicativos de rede Linux do Windows e vice-versa. Entretanto, o objetivo final é incluir a capacidade do WSL 2 acessar aplicativos de rede como host local diretamente, o mais rápido possível!