Se um dia alguém dissesse ser possível combinar realidade virtual imersiva, MMORPG e web, isso seria chamado insanidade. No entanto, essa combinação está ficando cada vez mais real e já tem até um nome: Metaverso.
O Metaverso pretende ser uma rede sempre ativa de ambientes virtuais em que muitas pessoas podem interagir umas com as outras e com objetos digitais enquanto controlam o seu próprio avatar.
Basicamente, estamos falando de um mundo digital onde não só a comunicação, mas também todas as atividades diárias podem ser realizadas. Mas do que se trata? Como funciona? Quem está dirigindo? Neste artigo, esclarecemos os pontos mais importantes desse tópico.
O que é o Metaverso?
O Metaverso é um ambiente em que os humanos interagem social e economicamente como avatares no ciberespaço, servindo de metáfora para o mundo real, mas sem restrições físicas ou econômicas.
O conceito foi sugerido em 1992 pelo escritor americano Neal Stephenson, no romance Snow Crash (1992) , onde descreve esse universo coletivo compatível e convergente com a “realidade real”.
O Metaverso de Stephenson se desdobra como um ambiente urbano desenvolvido ao longo de uma única rodovia de cem metros de largura que percorre toda a circunferência de um planeta. Os usuários acessam através de óculos em terminais pessoais ou públicos, e aparecem como avatares, que percorrem o planeta a pé ou de veículo.
Por que o Metaverso é importante?
Se o Metaverso se tornar o sucessor da internet, quem o construiu terá um papel extremamente importante para o futuro da economia e da sociedade como um todo. Assim, é importante falar sobre quem são os seus grandes impulsionadores. Eles são:
1. Facebook
Nesse sentido, o Facebook está então trabalhando para isso acontecer. Quando Mark Zuckerberg explicou como a empresa olhava para o conceito, fez exatamente questão de dizer que o Metaverso já está sendo trabalhado e vai ser a porta de entrada para sensações e experiências imersivas em realidade virtual, permitindo aos usuários um salto de realidades, quer estejam no trabalho ou em casa.
2. Microsoft
Com seus óculos HoloLens 2 como um de seus elementos centrais – embora sejam compatíveis com outros dispositivos–, em 2021 a empresa californiana lançou o Microsoft Mesh, um software de realidade mista que permite conectar-se virtualmente.
Segundo a Microsoft, esse app facilita “a presença e a partilha de experiências a partir de qualquer lugar, em qualquer dispositivo”.
Ele apresenta elementos do AltspaceVR, uma plataforma social de realidade virtual comprada pela companhia em 2017.
3. Epic Games
Fortnite, Minecraft ou Roblox são alguns dos videogames mais populares dos últimos anos, pois permitem construir mundos virtuais.
Na quinta temporada de Fortnite, a Epic Games criou um fenômeno chamado “Point Zero”, que permitiu que personagens e histórias de filmes, programas e jogos se reunissem no videogame. Em 2021, a empresa anunciou que arrecadará fundos para desenvolver a narrativa do Metaverso do título.
4. Outras iniciativas
Por outro lado, se pensarmos que essa tecnologia já é utilizada com sucesso em outras indústrias da sociedade, como o turismo, com tours virtuais em monumentos nacionais, ou do entretenimento online, através do conceito do poker VR, uma das tendências online desse setor, fica provado que o contexto virtual pode virar efetivamente um caso sério dentro do Metaverso.
O que é possível fazer em um Metaverso?
Se essas experiências forem bem-sucedidas, é provável que os Metaversos se tornem a porta de entrada para a maioria das experiências digitais, se tornando um sucessor natural do que a internet é hoje. Entre os usos delineados para esses espaços estão:
- Shows: Ofereceria a possibilidade de entrar virtualmente em um show em 3D, após visualizá-lo inicialmente em uma tela 2D. Por exemplo, em 2019, o rapper Travis Scott fez uma apresentação em Fortnite e reuniu cerca de 100.000 usuários.
- Trabalho: O Facebook está promovendo o Infinite Office, um espaço que permite aos usuários criarem o seu local de trabalho ideal por meio da realidade virtual.
- Videogames: Outra possibilidade é que um usuário que recebe uma recompensa em um videogame possa exibi-la posteriormente fora do título.
Pouco a pouco o Metaverso vai se tornando realidade.
No entanto, existem diversos debates e dúvidas sobre como um modelo de negócios dessa natureza poderia ser realizado, seja por assinatura, compras virtuais ou publicidade, sem contar nos termos de privacidade e uso dos dados dos usuários.
No fundo, o que pode ser um entrave é apenas a forma como será regulamentado esse mundo. Existindo leis, tudo ficará mais fácil.